Pesquisa revela que a composição dos alimentos pode influenciar a sobrevivência da Listeria monocytogenes no trato gastrointestinal
Um estudo realizado pela Universidade de Medicina Veterinária de Viena revelou que o teor de gordura e proteína dos alimentos pode favorecer a sobrevivência da Listeria monocytogenes no intestino humano. O patógeno, associado a surtos recentes envolvendo queijos, carnes processadas e até sorvetes, é conhecido por causar infecções graves, especialmente em pessoas com sistema imunológico comprometido.
Os cientistas avaliaram a capacidade de sobrevivência da bactéria em três alimentos comumente ligados a contaminações — queijo macio, salmão defumado e linguiça. Os resultados mostraram que a Listeria resistiu mais em queijo e peixe, com o salmão apresentando os níveis mais altos de bactérias intracelulares após a simulação do processo digestivo. A pesquisa sugere que a composição lipídica desses alimentos pode oferecer um ambiente mais favorável para o patógeno.
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Os experimentos também incluíram análises genômicas da Listeria, identificando alterações na expressão de genes relacionados a estresse pelo frio e virulência, características que ajudam a bactéria a sobreviver em condições adversas, como em refrigeradores domésticos.
Segundo os pesquisadores, compreender como a composição dos alimentos influencia o comportamento da Listeria pode abrir portas para novas abordagens em segurança alimentar. Isso inclui desde melhorias no processamento e embalagem de produtos de alto risco até a investigação do uso de probióticos e prebióticos para reduzir a sobrevivência do patógeno no trato gastrointestinal.
Angela Anandappa, CEO e fundadora da Alliance for Advanced Sanitation, destacou o potencial do estudo para orientar pesquisas futuras: “Ele nos fornece um modelo valioso para entender como diferentes espécies de Listeria se comportam no intestino humano e como podemos reduzir seus impactos com estratégias inovadoras”.