quinta-feira, 30/10/2025
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Foodtech brasileira aposta em micélio como base de proteínas para alimentos

Typcal lança ingredientes proteicos à base de fungos e recebe aporte de € 350 mil da Biotope

 

A foodtech brasileira Typcal está apostando no micélio — estrutura vegetativa dos fungos — como base para novos ingredientes destinados à indústria de alimentos. Dois lançamentos marcam o início da fase comercial da startup: o micélio fresco congelado, com textura semelhante à do frango desfiado, e o micélio em pó, obtido pela secagem e moagem do ingrediente.

Segundo o CEO Paulo Ibri, ambos são ricos em proteína e fibras, além de apresentarem sabor neutro, o que permite aplicações variadas. O micélio fresco poderá ser usado em produtos plant-based, mistos e até em rações úmidas para pets. Já a versão em pó pode entrar em pães, bolos, massas e cereais. Para mostrar o potencial ao mercado, a empresa também desenvolveu snacks e cereais protótipos, que servem como inspiração para futuros parceiros.

O processo produtivo é outro diferencial. Em biorreatores verticais, os fungos fermentam resíduos da indústria alimentícia, como os do setor cervejeiro, em ciclos de até 24 horas — considerado o mais rápido do mundo, segundo a empresa, que obteve patente em agosto de 2025. Essa eficiência permite ganhos de escala e redução de custos, além de impacto ambiental positivo: a Typcal afirma gerar 7 mil vezes mais proteína por metro quadrado que a soja, com 99% menos emissão de CO₂ e 98% menos uso de água.

 

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Com essa tecnologia, a startup prevê faturar R$ 5 milhões em 2026 e prepara uma rodada Série A para escalar a produção em até dez vezes. No pipeline, há ainda dois novos produtos em desenvolvimento.

A proposta da Typcal vem atraindo atenção do mercado. Fundada em 2021 por Paulo Ibri e pelo pesquisador Eduardo Sydney, a empresa já firmou acordos com médias e grandes indústrias e vai inaugurar sua primeira fábrica em Curitiba (PR), que também será sede da companhia. Paralelamente, abrirá uma filial na Bélgica para acelerar o desenvolvimento de produtos com maquinário especializado e expandir no mercado europeu.

O modelo chamou a atenção da Biotope, investidora belga de tecnologia, que acaba de aportar € 350 mil (cerca de R$ 2,1 milhões) na foodtech. O capital será usado para consolidar a tecnologia própria, estruturar a produção em escala e avançar na estratégia de internacionalização.

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