Termômetro da Inovação Aberta no Agro mapeou a maturidade da inovação no setor entre grandes empresas e cooperativas
Um estudo inédito do PwC Agtech Innovation revelou que 82% das grandes empresas e cooperativas do agronegócio brasileiro estão conectadas a pelo menos um hub de inovação, e 76% já adotam práticas de inovação aberta. O levantamento, chamado Termômetro da Inovação Aberta no Agro, mapeia a maturidade da inovação no setor e destaca a importância de hubs como facilitadores de colaboração.
“A nossa pesquisa explora a complexidade e a dinâmica do ecossistema de inovação no agronegócio, destacando a necessidade de estratégias integradas que coordenem todos os participantes do ecossistema em torno de uma colaboração mais efetiva”, afirma Maurício Moraes, CEO do PwC Agtech Innovation, sócio da PwC Brasil e líder do setor de agronegócio.
Embora haja avanços significativos, o estudo aponta que apenas 38% das empresas se sentem preparadas para colaborar com parceiros estratégicos, e 32% afirmam estar realmente conectadas a outras áreas internas e externas. A pesquisa também mostra que o setor ainda enfrenta desafios na escolha de parceiros externos, com apenas 28% relatando facilidade nesse processo.
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Os produtores rurais, embora reconhecidos como abertos à adoção de novas tecnologias, ainda têm baixa interação com startups, segundo apenas 14% dos entrevistados. Esse dado reflete uma oportunidade para fortalecer a cooperação entre produtores e empreendedores, acelerando a inovação no campo.
Entre os principais motivos para investir em inovação, 75% das empresas destacam a vantagem competitiva e a satisfação do cliente. Contudo, menos da metade dos participantes acredita ter uma estratégia de inovação bem definida. O estudo sugere a necessidade de fortalecer a cultura de inovação e aprimorar a governança e métricas para sustentar o crescimento do setor.
Em relação ao envolvimento e ao impacto de diferentes agentes no ecossistema de inovação aberta no agronegócio, os participantes da pesquisa classificaram os hubs de inovação como muito influentes. Na pesquisa, 62% concordam ou concordam totalmente com a afirmação que “os hubs de inovação estão acelerando a adoção de tecnologia dentro e fora da porteira” – o que destaca a importância desses centros.
Todos os entrevistados indicam a intenção de colaborar com startups, o que destaca a importância delas como motores de inovação no agronegócio. Grandes empresas (89%), instituições de pesquisa (89%) e academia (86%) também são vistos como parceiros estratégicos importantes. Esses altos índices são o reconhecimento de que a inovação é impulsionada por uma abordagem colaborativa, com conhecimentos e recursos de diversos campos e setores.
A pesquisa revela uma clara tendência de digitalização e aplicação de tecnologias avançadas em todas as etapas do processo agrícola, desde a preparação do solo, plantio até a colheita e distribuição, com crescente preocupação com a sustentabilidade e eficiência operacional entre as empresas e cooperativas. A pesquisa também revelou um crescente interesse em tecnologias de inteligência artificial, automação e agricultura de precisão, com foco em sustentabilidade e eficiência operacional.
Além da fase quantitativa, com a coleta de respostas objetivas dos 86 participantes, a qualitativa incluiu entrevistas aprofundadas com startups, grandes empresas, entidades educacionais e de pesquisa, cooperativas e produtores. O objetivo foi conhecer melhor suas visões e experiências sobre a inovação no setor. O relatório não apenas mapeia o estado da inovação nas organizações estudadas, mas também orienta sobre como fortalecer e sustentar a cultura de inovação de forma eficaz.