Estados Unidos vivem momento de polarização, com alguns estados barrando desenvolvimento alimentar
Uma nova lei no estado de Massachusetts, nos Estados Unidos, promete investimentos em proteínas alternativas, com o senador Barry Finegold chamando a ciência alimentar de prioridade para o estado em termos de clima e saúde. A posição diverge de muitos outros estados norte-americanos. O debate sobre proteínas alternativas no país está cada vez mais polarizado. A Flórida proibiu empresas de fabricar ou vender carne cultivada em suas fronteiras, e, a partir de outubro, o Alabama fará o mesmo. Outros estados, como Texas, Nebraska, Tennessee e Arizona, também discutiram legislações semelhantes. Em Washington, há esforços para restringir o financiamento federal e banir carne cultivada nas escolas. No entanto, a Casa Branca e estados como Califórnia e Illinois têm investido milhões para apoiar proteínas alternativas, sinalizando que nem todos veem essa inovação como uma ameaça para agricultores, economia e sociedade americana.
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Massachusetts, sede da Universidade Tufts e seu Centro de Agricultura Celular, é um desses defensores. Na nova Lei de Desenvolvimento Econômico, aprovada na semana passada, o estado está apoiando a tecnologia climática e proteínas alternativas.
“Olhamos para a ciência alimentar como parte importante do futuro. Ela não é apenas boa para a economia, mas também para o clima e a saúde,” afirma o senador Barry Finegold, presidente do Comitê Conjunto de Desenvolvimento Econômico e Tecnologias Emergentes. Ele destaca o desejo de ajudar empresas locais com pesquisa, infraestrutura e desenvolvimento de produtos.
Como parte da Lei, o estado está comprometendo US$ 2,8 bilhões em financiamento, com subsídios para tecnologia climática e financiamento para adaptação costeira. As proteínas alternativas aparecem três vezes na lista de investimentos. Primeiro, há um subsídio de US$ 5 milhões para empresas locais desenvolverem esses novos alimentos, através do programa START da empresa de capital de risco MassVentures. Outro subsídio de US$ 5 milhões é destinado à Massachusetts Technology Collaborative (MassTech) para igualar subsídios que apoiem proteínas alternativas entre entidades privadas, institutos de ensino superior, ONGs e outras organizações no estado. Por fim, o governo investirá US$ 115 milhões em um programa competitivo da MassTech para apoio à infraestrutura, visando avançar a liderança do estado e aumentar empregos em setores emergentes de tecnologia, incluindo proteínas alternativas.
O apoio de Massachusetts às proteínas alternativas, especialmente carne cultivada, é uma demonstração de confiança em uma indústria que enfrenta alegações sobre ser não natural, não saudável e prejudicial ao clima.
A recente abertura do Centro para Proteína Sustentável na Universidade Estadual da Carolina do Norte, financiado pelo Bezos Earth Fund, também destaca o crescente interesse e investimento em proteínas alternativas nos EUA.