quinta-feira, 30/10/2025
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Castanha-da-amazônia ganha mapeamento digital com drones e IA na Amazônia

Em apenas duas horas de voo, tecnologia da Embrapa identificou mais de 14 mil árvores, otimizando o manejo e reduzindo o esforço físico de extrativistas locais

 

 

Uma combinação de drones e inteligência artificial (IA) está revolucionando o inventário florestal na Amazônia. Desenvolvida pela Embrapa Acre, a metodologia Netflora mapeou 604 castanheiras-da-amazônia (Bertholletia excelsa) e mais de 14 mil árvores de outras espécies em uma área de 1.150 hectares na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Uatumã, no Amazonas — tudo em um sobrevoo de pouco mais de duas horas.

Para efeito de comparação, o método tradicional exigiria 73 dias de trabalho e uma equipe de cinco pessoas para mapear a mesma área. A inovação, realizada em parceria com a Embrapa Amazônia Ocidental e a Secretaria de Meio Ambiente do Amazonas (Sema/AM), faz parte do Projeto Geoflora, financiado pelo Fundo JBS pela Amazônia.

 

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Segundo Evandro Orfanó, pesquisador da Embrapa Acre, a integração de IA ao inventário permite uma gestão mais sustentável dos castanhais e conecta o conhecimento científico aos saberes tradicionais. “Cada árvore mapeada passa a ter um endereço único, representado por coordenadas geográficas”, explica ele. A comunidade local poderá acessar essas informações por um aplicativo de celular, que oferece planilhas e mapas dinâmicos, otimizando rotas de coleta e reduzindo o esforço físico dos extrativistas.

Mais tecnologia e menos esforço no campo

Além de digitalizar o manejo, o Netflora abre caminho para novas soluções como o uso de cabos aéreos para transporte das castanhas. “A meta é reduzir o impacto físico da atividade, que hoje exige carregar cargas pesadas por longas distâncias, o que causa problemas ergonômicos”, afirma Kátia Emídio da Silva, chefe-adjunta de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Amazônia Ocidental.

Com o mapeamento detalhado, outras espécies de interesse comercial como breu, baru e copaíba também foram identificadas na RDS do Uatumã, ampliando as oportunidades para as comunidades locais. “A expectativa é que o inventário mais amplo auxilie na estimativa de produção e coleta, trazendo benefícios significativos para os extrativistas”, destaca Silva.

A identificação das castanheiras, em um ambiente com até 300 espécies por hectare, sempre foi um desafio para o inventário florestal. A tecnologia agora torna esse processo mais rápido, preciso e sustentável, fortalecendo a bioeconomia da Amazônia.

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