quarta-feira, 29/10/2025
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Gorduras em alimentos processados podem estar ligadas a tipo grave de asma infantil

Estudo do Hospital Infantil da Filadélfia mostra que ácidos graxos saturados presentes na dieta podem agravar inflamações pulmonares

 

 

Um novo estudo em saúde pediátrica sugere que a alimentação pode desempenhar um papel crucial no desenvolvimento e no tratamento de um tipo específico de asma infantil. Pesquisadores do Hospital Infantil da Filadélfia (CHOP), nos Estados Unidos, descobriram que certos lipídios encontrados em alimentos processados podem desencadear inflamações pulmonares associadas à asma neutrofílica, uma forma não alérgica da doença.

Esse tipo de asma é considerado mais grave e de difícil tratamento do que a asma alérgica, sendo frequentemente responsável por hospitalizações. Até agora, as causas exatas da asma neutrofílica eram pouco compreendidas, embora fosse comum associá-la à obesidade infantil. O estudo, no entanto, revelou que mesmo crianças não obesas podem apresentar esse quadro, indicando que a dieta tem um papel independente na sua manifestação.

Segundo o autor sênior da pesquisa, David Hill, médico assistente da Divisão de Alergia e Imunologia do CHOP, a descoberta mostra que “dietas contendo certos ácidos graxos saturados de cadeia longa podem causar asma neutrofílica, independentemente da obesidade”.

 

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Entre os achados, destacou-se o impacto do ácido esteárico, presente em gorduras animais e produtos industrializados, que intensificou a inflamação das vias respiratórias em modelos pré-clínicos. Em contraste, o ácido oleico, uma gordura monoinsaturada considerada mais saudável e encontrada no azeite de oliva, demonstrou efeito protetor, reduzindo a atividade inflamatória.

Os pesquisadores também observaram que bloquear a ação de proteínas inflamatórias como a IL-1β ou inibir a proteína IRE1⍺ pode proteger contra a inflamação causada pelo ácido esteárico. Esses resultados foram confirmados parcialmente em crianças obesas com asma.

Para Lisa Young, coautora do estudo e chefe da Divisão de Medicina Pulmonar e do Sono do CHOP, as evidências reforçam a importância da dieta na saúde respiratória infantil. “Embora existam muitos fatores de risco e gatilhos associados à asma, este estudo mostra como componentes dietéticos específicos podem influenciar uma forma particularmente difícil de tratar”, afirmou.

A pesquisa abre caminho para novas abordagens terapêuticas e sugere que mudanças na alimentação podem não apenas aliviar os sintomas, mas também prevenir casos de asma neutrofílica em crianças.

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