quinta-feira, 21/11/2024
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Agtech Bem Agro mira expansão global com apoio da CNH

Startup de Ribeirão Preto (SP) captou R$ 10,2 milhões em rodada de financiamento

A Bem Agro, uma startup agtech com sede em Ribeirão Preto (SP), recebeu um investimento de R$ 10,2 milhões em recente rodada de financiamento e agora mira a sua ampliação global. A empresa já fechou acordos comerciais em países da Ásia e América Latina e está buscando novos clientes nos Estados Unidos e na Europa. Especializada em mapeamento de lavouras, a empresa visa aumentar a eficiência na produção agrícola e promover a economia de recursos.

A CNH Industrial, fabricante de máquinas agrícolas que tem apoiado a Bem Agro desde sua fundação, em 2018, foi a principal investidora nessa rodada de financiamento, embora o valor do investimento não tenha sido divulgado. Outros investidores incluem o fundo paulista Rural Ventures, o capixaba Agroven e a revendedora goiana MMAgro, numa operação intermediada pela Arara Seed, também com sede em Ribeirão Preto. A liderança da CNH nesse investimento reflete o apoio que a multinacional italiana tem dado ao ecossistema de startups.

Gregory Riordan, diretor de tecnologias digitais da CNH na América do Sul, destaca a importância das parcerias com startups como a Bem Agro, ressaltando que essas colaborações oferecem grandes oportunidades, especialmente quando combinadas com a abrangência global da CNH. “Às vezes, uma agtech pequena oferece soluções muito interessantes que, somadas à presença da CNH no mundo todo, que é muito grande, cria oportunidades gigantes”, diss Gregory Riordan, diretor de tecnologias digitais da CNH na América do Sul, em entrevista à Forbes.

Além de levar para outros mercados as tecnologias desenvolvidas no Brasil, a CNH, presente em 180 países, também conta com parcerias como a gigante alemã Bosch e soma aquisições bilionárias, a exemplo da americana Raven em 2021, trazendo inovações para o mercado interno.

A Bem Agro tem planos ambiciosos de expansão na América Latina e na Ásia, visando alcançar até 250 mil hectares em 2026 e 150 mil hectares em 2025, respectivamente. Além disso, a empresa está conduzindo testes na Europa e nos Estados Unidos.

Desde o recebimento do investimento em fevereiro, a empresa negocia ativamente três de seus vinte relatórios no exterior. Atualmente, a empresa atende a 400 clientes e cobre cinco milhões de hectares no Brasil, sendo 800 mil hectares em parceria com a CNH.

De um pacote de 20 relatórios oferecido pela agtech, três opções estão sendo negociadas no estrangeiro desde o investimento recebido em fevereiro. Atualmente, a agtech possui 400 clientes e cinco milhões de hectares cobertos no Brasil (63% na soja, 35% na cana e o restante no milho), sendo 800 mil em parceria com a CNH.

Os serviços da Bem Agro têm sido integrados ao portfólio da CNH desde sua fundação há seis anos. Uma das soluções mais proeminentes é a otimização da pulverização de herbicidas, o que já resultou em economias significativas e está sendo exportado para diversos países da América Latina.

“Somos essencialmente uma companhia de processamento de dados e imagens. Temos a CNH e outros parceiros que realizam a captura desses dados, ou o próprio cliente quando ele tem o equipamento necessário. Em seguida, extraímos os resultados das máquinas e drones e o nosso algoritmo dá as variáveis necessárias.”, explicou à Forbes o economista Johann Coelho, sócio-fundador e CEO da Bem Agro.

Uma das soluções é otimizar a pulverização com herbicidas a partir da identificação precisa das áreas de lavoura infestadas por ervas daninhas. A tecnologia, considerada user friendly pelos gestores, permite a economia de 60% a 70% no volume do insumo utilizado.

Uma outra solução conjunta concentra-se na digitalização das linhas de plantio de cana-de-açúcar e tem obtido sucesso tanto no Brasil quanto na Ásia. Esta tecnologia brasileira, incorporada nas colheitadeiras da multinacional, gera aumentos de produtividade e eficiência consideráveis. Ao automatizar o processo, ela reduz o desperdício de massa colhida, resultando em ganhos de produtividade entre 5% e 10% nos canaviais. Além disso, há uma redução de 25% no número de manobras necessárias para operar as máquinas, o que economiza combustível.

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