quarta-feira, 10/12/2025
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Dieta vegana mostra resultados superiores na perda de peso em comparação à dieta mediterrânea

Nova pesquisa sugere que mesmo versões “menos saudáveis” da dieta vegana podem trazer benefícios metabólicos importantes

 

Uma nova análise do Physicians Committee for Responsible Medicine revelou que dietas veganas — mesmo quando incluem alimentos considerados “não saudáveis”, como grãos refinados e batatas — superam a dieta mediterrânea em diversos indicadores de saúde relacionados ao peso.

O estudo, publicado na Frontiers in Nutrition, observou que participantes que seguiram uma dieta vegana apresentaram maior perda de peso, melhor composição corporal, maior sensibilidade à insulina e redução mais consistente nos níveis de colesterol. Segundo os autores, o simples fato de eliminar produtos de origem animal e óleos adicionados parece ter um papel decisivo nesses resultados.

A autora principal, Dra. Hana Kahleova, explica que, apesar da classificação de alguns itens como “menos saudáveis” dentro do índice de dieta à base de plantas, o padrão alimentar vegano ainda se mostra metabolicamente vantajoso. “Mesmo versões mais flexíveis de uma dieta vegana podem ter benefícios significativos”, afirma.

Os resultados também dialogam com descobertas anteriores do professor Patrice Cani, da Universidade Imperial de Louvain. Durante seu pós-doutorado, Cani identificou que dietas ricas em gordura favorecem o crescimento de bactérias que ativam respostas inflamatórias no corpo — processo que contribui para a resistência à insulina, principalmente em pessoas com diabetes tipo 2. Embora essa ideia tenha enfrentado ceticismo na época, hoje é amplamente aceita pela comunidade científica.

 

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A pesquisa atual também envolveu o professor Marc-Emmanuel Dumas, do Imperial College London, cuja equipe identificou que a colina — nutriente presente em alimentos de origem animal, mas também em vegetais crucíferos, feijões e grãos integrais — pode influenciar positivamente o controle da glicemia.

Os autores investigaram ainda o papel do TMA, um metabólito produzido pela microbiota intestinal. Eles descobriram que essa molécula é capaz de bloquear a ação exagerada do IRAK4, proteína associada a processos inflamatórios intensificados na resistência à insulina. Em modelos celulares e animais, o TMA reduziu inflamações e até preveniu mortes por sepse.

Os cientistas sugerem que intervenções nutricionais ou medicamentos voltados a aumentar a produção de TMA podem abrir novas possibilidades terapêuticas no combate à resistência à insulina. Como resume Cani: “O que comemos molda nossa microbiota, e ela molda nossa saúde”.

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