sexta-feira, 18/10/2024
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Foodtechs europeias de soluções climáticas superam investimento dos EUA pela 1a vez

Em 2023, países do bloco receberam U$ 2 bilhões; relatório avaliou mais de 1.200 startups

 

 

As startups europeias de tecnologia alimentar voltadas para soluções climáticas atraíram US$ 2 bilhões em investimentos no ano passado, superando os EUA pela primeira vez. Apesar da queda global no financiamento de capital de risco, o financiamento neste setor manteve os níveis de 2022, quando as empresas europeias arrecadaram US$ 2,1 bilhões.

O relatório “Food for Climate”, da empresa de capital de risco FoodLabs e da base de dados de investimentos Dealroom  avaliou mais de 1.200 startups em 40 segmentos, explorando o estado do ecossistema de alimentos sustentáveis e agrotecnologia na Europa. A análise sugere que as empresas europeias de tecnologia alimentar representaram 58% do financiamento global do setor, muito acima dos EUA, que ficaram com cerca de 36%.

 

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O setor de agrotecnologia representou US$ 1 bilhão desse total, impulsionado em grande parte pelo interesse crescente em fertilizantes sustentáveis. Startups de agricultura regenerativa garantiram US$ 581 milhões no total, focando em culturas resilientes ao clima e soluções microbianas.

As startups europeias de proteínas alternativas arrecadaram US$ 365 milhões, lideradas por empresas de base vegetal. As startups de fermentação foram destaque, com um aumento de 12 vezes desde 2020, alcançando US$ 76 milhões em investimentos no ano passado.

Neste ano, empresas de proteínas fermentadas já arrecadaram pelo menos US$ 12 milhões, tornando-se o terceiro segmento mais financiado no setor de proteínas alternativas da Europa, superando as startups de base vegetal. A proteína de micélio é a que mais se destaca no ano.

Os análogos de carne são, de longe, o segmento de proteínas mais atraente para os investidores, representando mais de 70% dos investimentos na Europa no ano passado. A expectativa é que essa supremacia continue este ano, com uma projeção de participação de 56%.

Startups que enfrentam os setores de cacau e café também ganharam destaque, em resposta aos preços crescentes e preocupações climáticas. Empresas de cacau alternativo receberam US$ 69 milhões em 2023, dobrando o capital do ano anterior. Três razões contribuem para o crescimento: o impacto ambiental (o chocolate amargo é o segundo grupo alimentar mais poluente, principalmente devido ao uso da terra); considerações éticas (dada a incidência de trabalho infantil na cadeia de valor); e flutuações de preço (os preços do cacau atingiram um recorde histórico este ano).

Além das proteínas alternativas, startups europeias de combate ao desperdício de alimentos atraíram US$ 138 milhões em financiamento no ano passado, um aumento de 20% em relação a 2022. Enquanto isso, empresas de embalagens sustentáveis receberam US$ 70 milhões (um aumento anual de 46%), e produtores de biomateriais levantaram US$ 41 milhões (um aumento de 238%).

No geral, o setor de tecnologia alimentar focado no clima foi a segunda categoria de melhor desempenho entre as indústrias europeias em 2023, representando apenas uma queda de 2% nos investimentos, atrás apenas da indústria de energia (que viu um aumento de 16%). Em média, o continente testemunhou uma queda de 37% no financiamento de capital de risco.

O Reino Unido lidera como um centro de tecnologia alimentar climática, abrigando 18% das startups do setor na Europa. Em seguida vêm os Países Baixos (14%), e França e Alemanha (12% cada).

No entanto, as empresas francesas receberam mais capital (US$ 416 milhões), mesmo após uma queda de 29% em relação a 2022. Suíça (US$ 354 milhões) e Reino Unido (US$ 239 milhões) aparecem na sequência.

Em termos de quem está investindo, o Fundo Europeu de Inovação, apoiado pela União Europeia, tem sido o investidor mais ativo desde 2016, com 33 investimentos no espaço de tecnologia alimentar centrada no clima.

Apesar dos pontos positivos de 2023, as projeções para 2024 sugerem um retorno aos níveis pré-pandemia (US$ 1,1 bilhão), com os EUA provavelmente superando a Europa novamente. Isso se deve principalmente à ausência de mega-rodadas de captação de investimentos.

As startups também terão que lidar com um Parlamento Europeu reformulado, com o crescimento da extrema direita aumentando os temores sobre as ambições climáticas do bloco.

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