Segundo pesquisa, apenas 5% dos brasileiros são veganos ou vegetarianos; na Índia, índice chega a 38%
A Índia se destaca como líder mundial em dietas vegetarianas e veganas, de acordo com uma pesquisa conduzida pela Statista Consumer Insights. O levantamento, que analisou hábitos alimentares em diversos países, apontou que quatro em cada dez pessoas na Índia seguem uma alimentação livre de carne, superando o restante do mundo. O Brasil e o México ocupam as últimas posições no levantamento, com apenas 5% dos entrevistados afirmando seguir uma dieta vegetariana ou vegana.
Os dados foram coletados entre 2023 e 2024, envolvendo de 2.000 a 10.000 entrevistados com idades entre 18 e 64 anos. Além da Índia, países como o Reino Unido, Estados Unidos, África do Sul e China também foram pesquisados, mas com índices de adesão significativamente menores. No Reino Unido e nos Estados Unidos, por exemplo, apenas 10% da população segue uma dieta sem carne, mesmo com o crescimento do veganismo nos últimos anos.
Já na África do Sul, 11% dos entrevistados afirmaram não consumir carne. Um relatório mostra que o aumento de preocupações com saúde, ética e meio ambiente levou a uma expansão de 16,67% nos pratos à base de plantas nos cardápios locais. No entanto, essas opções ainda representam menos de 5% das ofertas totais nos restaurantes.
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Em contraste, na China, onde a base da alimentação inclui muitas fontes vegetais, apenas 9% das pessoas se identificam como vegetarianas ou veganas. Isso ocorre mesmo com a predominância de proteínas vegetais na dieta chinesa. Já na França, conhecida por sua forte tradição culinária baseada em carne e laticínios, apenas 8% dos participantes da pesquisa declararam seguir uma dieta sem carne.
Outros países listados na pesquisa incluem Finlândia e Coreia do Sul, onde 6% da população relatou evitar carne em suas dietas.
A Índia possui a maior taxa de vegetarianos do mundo, com 38% de sua população identificada como tal. O vegetarianismo é especialmente forte em comunidades como os jainistas, brâmanes, vaishnavas e lingayats, culturas que tradicionalmente adotam esse estilo de vida.
Além disso, a Índia tem uma das menores taxas de consumo de carne do mundo, com grande parte da população se identificando como flexitariana e 9% como vegana. O mercado de alimentos veganos no país alcançou US$ 1,468.3 milhões em 2023 e deve crescer exponencialmente, chegando a US$ 3,474.8 milhões até 2032.
O movimento Veganuary na Índia também tem mostrado forte adesão, com expectativas de recordes de participação em 2024. Uma pesquisa citada pela campanha apontou que 70% dos indianos acreditam que a forte tradição vegetariana do país pode impulsionar o crescimento do veganismo, enquanto 62% afirmaram que o estilo de vida vegano é fácil de manter no país, e 61% consideram que já existem opções veganas suficientes no mercado.
Outro estudo realizado pelo Good Food Institute (GFI) India revelou uma forte intenção de compra de substitutos de carne e laticínios entre os consumidores indianos. O levantamento descobriu que 40% das famílias que experimentaram carne à base de plantas também optaram por produtos lácteos à base de plantas, evidenciando uma mudança significativa nos hábitos alimentares.
Embora globalmente os laticínios sejam considerados uma alternativa ética à carne, crescem os esforços para conscientizar sobre o sofrimento dos animais na indústria leiteira. Causas de proteção animal têm revelado que as vacas enfrentam exploração extrema antes do abate, muitas vezes em condições piores do que os animais destinados à produção de carne.
A Índia é o maior produtor de leite do mundo, sendo responsável por 25% da produção global. A crescente demanda por alternativas veganas, porém, pode começar a transformar essa realidade, à medida que mais consumidores adotam dietas livres de qualquer exploração animal.
