Estudo de consumo foi encomendado pelo Good Food Institute (GFI)
Um estudo recente de consumo realizado pela YouGov e encomendado pelo Good Food Institute (GFI) revelou que a maioria dos consumidores portugueses está disposta a experimentar carne cultivada e apoia políticas que favoreçam esse setor emergente.
A carne cultivada, desenvolvida por mais de 50 startups na Europa, incluindo a portuguesa Cell4Food, tem o potencial de atender à crescente demanda por proteínas, melhorando a segurança alimentar e reduzindo significativamente o uso de recursos naturais. Essa tecnologia pode ajudar a mitigar problemas como emissões de gases de efeito estufa, desmatamento e resistência a antibióticos, comparada à produção convencional de carne.
Apesar de apenas um terço dos portugueses já conhecerem a carne cultivada, o estudo indica que 63% estariam dispostos a experimentá-la se estivesse disponível no país. Além disso, 27% afirmaram que substituiriam parte da carne que consomem atualmente por carne cultivada. Em contraste, 25% dos entrevistados disseram que nunca experimentariam essa nova forma de proteína.
Leia Mais:
- Rio Capim busca R$ 100 milhões em CRAs para expandir pecuária sustentável na Amazônia
- Mercado global de ingredientes de proteína de soja e leite alcança US$ 13,9 bilhões
- Estudo mostra que proteínas alternativas podem gerar US$ 2,5 bilhões e criar 10 mil empregos em Israel
A pesquisa também mostrou que a maioria dos portugueses (69%) acredita que, se a carne cultivada for aprovada pelas autoridades reguladoras de segurança alimentar, ela deve ser disponibilizada no mercado português, permitindo que os consumidores decidam se querem ou não consumi-la. Além disso, 64% dos entrevistados acham que a carne cultivada deve ser produzida localmente para beneficiar a economia nacional.
Com a crescente conscientização sobre os desafios do sistema alimentar atual e a aceitação de inovações no setor, Portugal tem uma oportunidade única de apoiar o desenvolvimento da carne cultivada por meio de investimentos públicos. Esse apoio poderia gerar novos empregos e preparar a economia portuguesa para o futuro. Tornar essas opções sustentáveis mais atrativas e acessíveis pode acelerar sua adoção, trazendo benefícios ambientais e econômicos ao país.
O estudo também destacou que 74% dos entrevistados consideram que o consumo médio de carne em Portugal é elevado. Mais da metade (57%) planeja reduzir esse consumo nos próximos dois anos, e 6% já não consomem carne atualmente.