Parceria com a Pairwise busca criar plantas de cacau mais resilientes às mudanças climáticas e às doenças
A Mars, fabricante de marcas icônicas como Snickers e M&M’s, anunciou uma parceria com a empresa de biotecnologia Pairwise para utilizar a edição genética no desenvolvimento de plantas de cacau mais resistentes. O objetivo é fortalecer a cadeia global de suprimentos de chocolate, que vem sofrendo pressão crescente com as mudanças climáticas, pragas e doenças que afetam as plantações.
A tecnologia escolhida é o CRISPR, uma ferramenta que permite alterar o DNA de forma precisa para potencializar características desejadas nas plantas. Segundo a Mars, a adoção da técnica pode garantir maior estabilidade na produção de cacau diante de condições ambientais cada vez mais desafiadoras.
Leia Mais:
- Florestas tropicais já sentem os impactos das secas intensificadas
- Indústria de CPG prioriza inovação em detrimento de redução de custos, aponta estudo da Rockwell Automation
- Pesquisa da Unicamp transforma bambu em snacks funcionais
“Na Mars, acreditamos que o CRISPR tem o potencial de melhorar as plantações de maneiras que apoiem e fortaleçam as cadeias de suprimentos globais”, afirmou Carl Jones, diretor de Ciências Vegetais da companhia. Ele reforçou que a pesquisa será conduzida com transparência e responsabilidade, com foco em adaptação climática, resistência a doenças e melhor uso de recursos naturais.
A Pairwise, parceira da Mars, desenvolveu a plataforma Fulcrum, que reúne ferramentas avançadas de edição genética, bibliotecas de características e enzimas desenhadas para explorar o potencial intrínseco das plantas. Essa tecnologia já vem sendo aplicada em culturas alimentares e agora chega ao cacau como aposta para o futuro do chocolate.
O desafio é grande: especialistas alertam que o aumento das temperaturas e a irregularidade das chuvas podem reduzir drasticamente as áreas adequadas para o cultivo de cacau nas próximas décadas.
Ao investir em inovação genética, a Mars busca não apenas proteger seus produtos, mas também garantir renda para milhões de agricultores que dependem do cacau. O movimento reforça uma tendência do setor alimentício: usar biotecnologia como estratégia para enfrentar os impactos da crise climática e assegurar a sustentabilidade da cadeia global de alimentos.




