quinta-feira, 30/10/2025
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Micronutrientes influenciaram evolução humana em escala global, aponta estudo

Pesquisa mostra que variações na disponibilidade de minerais no solo moldaram genes ligados ao metabolismo, imunidade e desenvolvimento

 

 

Um novo estudo publicado no The American Journal of Human Genetics sugere que a disponibilidade de micronutrientes essenciais — como ferro, cálcio, zinco, magnésio e iodo — teve papel decisivo na evolução humana, influenciando adaptações genéticas ligadas ao metabolismo, ao sistema imunológico e ao desenvolvimento.

A equipe internacional examinou 276 genes associados à absorção, transporte e utilização de 13 minerais e analisou dados genéticos de mais de 900 indivíduos de 40 populações ao redor do mundo. O resultado indica que, em todas as regiões estudadas, os minerais exerceram algum tipo de pressão seletiva, provocando alterações herdadas ao longo do tempo.

“Diferentes populações humanas viviam em ambientes distintos e, com isso, enfrentaram pressões ambientais variadas, como doenças e dietas. Essas pressões geraram adaptações que hoje podemos identificar no DNA”, explica Jasmin Rees, Ph.D., primeira autora do estudo, atualmente pesquisadora de pós-doutorado na Universidade da Pensilvânia, EUA.

 

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Exemplos clássicos ilustram o fenômeno: populações africanas e da América Central desenvolveram adaptações genéticas relacionadas à deficiência de iodo, mineral escasso em solos tropicais e cuja falta pode causar bócio. Já no Sul da Ásia, foram identificadas alterações em genes que regulam a absorção de magnésio, abundante na região, possivelmente como forma de proteção contra intoxicação.

Os autores destacam que compreender como os micronutrientes moldaram a evolução ajuda a identificar populações mais vulneráveis a deficiências nutricionais no presente. A questão ganha relevância diante do impacto das mudanças climáticas e da agricultura intensiva, que tendem a reduzir a qualidade nutricional dos solos.

“Este é o primeiro estudo a avaliar a adaptação impulsionada por micronutrientes em escala global”, afirma Rees. “É um passo inicial para que possamos entender riscos atuais e, futuramente, apoiar políticas de saúde pública”.

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