sexta-feira, 18/10/2024
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Mudanças climáticas podem elevar a inflação global dos alimentos em 3,2% ao ano

Projeção de economistas do Banco Central Europeu e pesquisadores da Universidade de Potsdam indica que nações mais pobres sofrerão os maiores impactos

 

Até 2035, os alimentos terão os preços elevados entre 0,9% a 3,2% ao ano. A pressão inflacionária mundial, avaliam economistas do Banco Central Europeu e pesquisadores da Universidade de Potsdam, na Alemanha, está atrelada à mudança climática. Nos índices inflacionários gerais, o estudo realizado em conjunto e publicado pela Communications Earth & Environment, revista do grupo Nature, aponta que o fenômeno vai representar de 0,3% a 1,2%. Os maiores impactos serão sentidos por nações mais empobrecidas, especialmente na América Latina e na África. Daqui a uma década, a pressão inflacionária sobre os alimentos no Brasil pode chegar a 1,9% ao ano, revela a pesquisa.

Na projeção inflacionária sobre os alimentos, os economistas se basearam em índices de preços ao consumidor de 121 países, entre 1991 e 2020. O estudo considerou na flutuação do custo da comida os impactos dos eventos climáticos, especialmente secas e temperaturas extremas, na produção agropecuária.

 

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As estatísticas econômicas sobre os 121 países foram cruzadas, então, com as expectativas de temperatura global e as projeções climáticas do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU) entre 2030 e 2060. A pressão inflacionária de até 3,2% é resultado desta combinação de fatores.

Tanto o IPCC quanto o levantamento dos pesquisadores indicam que a crise climática vai afetar, expressivamente, os países em desenvolvimento.

De acordo com o grupo de economistas do Banco Central Europeu e pesquisadores da Universidade de Potsdam, com as condições climáticas pesando sobre a inflação, os governos terão mais dificuldade em equilibrar suas políticas econômicas.

Mas um tópico, em particular, chama atenção no estudo: a inflação dos alimentos relacionada ao custo da energia, também impactado pelas temperaturas extremas. Para os especialistas, com a proximidade do ano 2035, dificilmente os esforços para mitigar das emissões de dióxido de carbono (CO2) afetarão as projeções inflacionárias. No entanto, ignorar as emissões de gases de efeito estufa até 2060 pode trazer efeitos devastadores para o clima e também sobre o preço dos alimentos, o que pode resultar em desnutrição — e mais fome em muitos países — pela dificuldade de pagar pela comida.

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