Pesquisa australiana de longo prazo indica que o mineral é seguro para mulheres idosas e não afeta a saúde cognitiva
Um dos suplementos mais prescritos para a saúde óssea voltou ao centro do debate — e com boas notícias. Um estudo publicado no The Lancet Regional Health – Western Pacific não encontrou evidências de que a suplementação de cálcio aumente o risco de demência a longo prazo em mulheres idosas.
A pesquisa acompanhou 1.460 mulheres com mais de 70 anos ao longo de 14,5 anos, das quais metade recebeu um suplemento diário de 1.200 mg de cálcio e a outra metade um placebo. Durante o período, 269 casos de demência foram registrados (18%), sem diferenças significativas entre os grupos.
O estudo foi conduzido por pesquisadores da Edith Cowan University, Curtin University e University of Western Australia. Segundo o Dr. Marc Sim, da Edith Cowan, os resultados permaneceram consistentes mesmo após ajustes para fatores como adesão à suplementação, dieta e risco genético. “Nosso acompanhamento prolongado e o controle rigoroso da dosagem oferecem evidências sólidas sobre a segurança do cálcio nesse público”, afirmou.
Segurança e função essencial
Os suplementos de cálcio são amplamente utilizados na prevenção da osteoporose, condição que afeta cerca de 20% das mulheres acima dos 70 anos. Pesquisas anteriores levantaram preocupações sobre possíveis efeitos negativos do cálcio no cérebro, como calcificação vascular, mas os novos dados indicam que o mineral não aumenta o risco de demência.
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A doutoranda Negar Ghasemifard reforça que os resultados trazem tranquilidade a pacientes e médicos. “O cálcio é essencial para múltiplas funções fisiológicas, e este estudo mostra que sua suplementação a longo prazo é segura para a saúde cerebral.”
Os autores destacam que ainda são necessários novos estudos com outros grupos demográficos, incluindo homens e pessoas que iniciam a suplementação em idades mais jovens. Mas, por ora, as evidências indicam que o cálcio, aliado a uma dieta equilibrada, segue sendo um aliado da saúde óssea — sem riscos para o cérebro.
