Levantamento com 22 mil pessoas de 22 países, entre eles o Brasil, indicou que 88% dos entrevistados estão, pelo menos, um pouco preocupados com o estado da natureza
Uma nova pesquisa global sobre mudanças climáticas revelou que 60% dos consumidores apoiariam políticas governamentais que incentivem a redução do consumo de carne como forma de diminuir as emissões de gases de efeito estufa. A pesquisa, conduzida pela Ipsos UK em nome da Earth4All e da Global Commons Alliance, ouviu 22 mil pessoas de 22 países, incluindo 19 das nações do G20 (entre eles, o Brasil; apenas a Rússia ficou de fora), e destacou a crescente preocupação com o estado do meio ambiente.
A pesquisa indicou que 88% dos entrevistados estão, pelo menos, um pouco preocupados com o estado da natureza, e 87% expressaram inquietação sobre o legado ambiental que estamos deixando para as futuras gerações. Mulheres e populações expostas diretamente às consequências das mudanças climáticas manifestaram maior preocupação.
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Países em desenvolvimento, como Índia, Quênia e Indonésia, se sentem mais vulneráveis à crise climática em comparação aos Estados Unidos ou países da Europa, exibindo maior preocupação e urgência em relação à ação climática.
Uma das principais medidas para combater a crise climática é a mudança na dieta. A produção de carne e laticínios representa cerca de 20% das emissões globais. A pesquisa revelou que 60% dos consumidores apoiam políticas que promovam dietas mais saudáveis e a redução do consumo de carne para diminuir as emissões.
Enquanto especialistas e organizações como a FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) sugerem que o consumo de carne nos países de baixa renda deve aumentar (enquanto as nações mais ricas precisam comer menos), os resultados da pesquisa mostram um contraste. Países em desenvolvimento, como Quênia (80%), Indonésia (77%), Índia (74%) e México (72%), foram os mais favoráveis a tais políticas.
Por outro lado, países mais ricos, como o Japão, demonstraram menor apoio (34%), com níveis mais altos de oposição, como na Suécia (21%) e Dinamarca (24%). Este último dado é surpreendente, considerando que a Dinamarca está na vanguarda da luta contra as emissões do setor agropecuário.