quinta-feira, 21/11/2024
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Quatro startups brasileiras recebem aporte para desenvolvimento de alimentos que fortalecem a economia circular

Empresas estão focadas em utilizar matérias-primas da biodiversidade local, cultivadas de forma regenerativa por pequenos e médios agricultores

 

Quatro startups brasileiras são finalistas de uma competição global que busca reimaginar a produção de alimentos sob a ótica da economia circular.  “O Grande Redesenho de Alimentos”  é liderado pela Fundação Ellen MacArthur, do Reino Unido, e conta com o apoio financeiro da Fundação Gordon and Betty Moore, Dream Fund e Fundação Schmidt Family.

O desafio atraiu 70 organizações de diversas partes do mundo, das quais 19 foram selecionadas para receber apoio financeiro e desenvolver seus produtos inovadores. Cada finalista receberá 30 mil libras (R$ 200 mil). No Brasil, o Grupo Carrefour oferecerá prateleiras gratuitas para a venda dos produtos durante seis meses.

 

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As quatro startups brasileiras finalistas estão focadas em utilizar matérias-primas da biodiversidade local, cultivadas de forma regenerativa por pequenos e médios agricultores.

A Horta da Terra planeja produzir “shots de saúde” com ingredientes amazônicos como jambu, ora-pro-nobis, chicória, hibisco, taioba, açaí, marapuama e folha de graviola. Esses ingredientes são desidratados e liofilizados, uma técnica desenvolvida pela NASA que mantém 98% do valor nutricional dos alimentos. Parte dos ingredientes é cultivada em uma fazenda própria de 37 hectares no Pará, e outra parte é adquirida de parceiros locais a um preço três vezes maior que o de mercado, visando impactar positivamente a economia local.

A Mahta inscreveu um shake que combina 12 superalimentos amazônicos, incluindo guaraná, açaí, cumaru e bacuri, além de subprodutos como torta de castanha-do-pará, cupuaçu e cacau, normalmente descartados pela indústria alimentícia. O shake tem como objetivo gerar impactos ambientais, sociais e nutricionais, ao utilizar matérias-primas de fazendas regenerativas e combater o desmatamento. Os ingredientes também são liofilizados, economizando no transporte e reduzindo desperdícios.

A Japi Bebidas Fermentadas está desenvolvendo uma linha de refrescos gaseificados inspirados nos biomas brasileiros, utilizando bactérias selvagens encontradas na casca do gengibre para a fermentação. Entre as combinações, estão cambuci com pitanga (Mata Atlântica), guaraná com cupuaçu (Amazônia) e caju com umbu (Caatinga). Esses ingredientes nativos são pouco valorizados comercialmente, como é o caso do cambuci, que muitos produtores deixam de cultivar em favor de culturas mais rentáveis.

A Nutricandies apresentou um chocolate sem gordura, feito a partir de subprodutos do cacau como a casca e o mel, em vez das sementes. Este processo reduz o desperdício nas plantações em 30% e resulta em um produto cremoso e doce, sem açúcar, mas rico em fibras, vitamina B3, fósforo e potássio. A empresa também trabalhou com cacauicultores do Sul da Bahia para garantir a segurança na extração desses subprodutos, beneficiando economicamente os produtores e oferecendo uma alternativa nutritiva aos consumidores.

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