sábado, 14/09/2024
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Recorde de calor e eventos extremos marcam a América Latina e o Caribe em 2023

No relatório recém-divulgado pela Organização Mundial do Clima (OMM), agricultura e segurança alimentar são fortemente afetadas

 

 

América Latina e Caribe registraram recordes de calor e eventos extremos em 2023. Esta é a conclusão do relatório recém-divulgado pela Organização Mundial do Clima (OMM). Segundo a agência especializada da ONU, no ano passado houve 67 perigos meteorológicos, hidrológicos e climáticos na região. Destes, 77% estão relacionados a tempestades e inundações. Agricultura e segurança alimentar foram fortemente atingidas pelas catástrofes e alterações climáticas. Como resultado, 13,8 milhões de pessoas sofreram crise alimentar aguda, especialmente na América Central e nas Caraíbas.

“Infelizmente, 2023 foi um ano de riscos climáticos recordes na América Latina e no Caribe”, afirma Celeste Saulo, secretária-geral da OMM. Segundo ela, o El Niño influenciou o recorde de calor, que culminou em muitos eventos extremos. Tudo isso, destaca, foi agravado pelas ações humanas.

Seca, ondas intensas de calor, chuvas extremas, incêndios florestais, entre outras consequências climáticas, representaram grandes impactos à saúde das populações, à segurança alimentar e energética e ao desenvolvimento econômico.

 

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Segundo o documento da OMM, em 2023, as temperaturas médias ficaram 0,82oC acima da média histórica para o período de 1991 a 2020. Na linha de base de 1961 a 1990, o resultado é ainda mais preocupante, com 1,39oC superior.

Também o nível do mar subiu em escala superior à média global em grande parte da América Latina e do Caribe, representando ameaças às zonas costeiras de aos pequenos Estados insulares em desenvolvimento.

As secas intensas, pioradas pelas ondas de calor, atingiram grandes áreas da América do Sul, que também sofreram com incêndios florestais de grandes proporções. No Brasil, oito Estados registraram, de julho a setembro, as menores precipitações em mais de 40 anos. A região amazônica foi uma das mais atingidas. “A seca reduziu o rio Negro, em Manaus, ao seu nível mais baixo em mais de 120 anos de observações”, afirma Celeste Saulo.

O relatório destaca ainda inundações e deslizamentos de terra e cita São Sebastião, no litoral paulista como um caso exemplar. Em fevereiro do ano passado, em 15 horas foram acumulados 683 mm de chuva, que provocaram deslizamentos e a morte de pelo menos 65 pessoas. O documento lembra que esta situação se soma à de outras cidades brasileiras atingidas.

Embora tenham sido registrados 67 perigos meteorológicos, hidrológicos e climáticos na região, segundo dados do Banco de Dados de Eventos de Emergência do Centro de Pesquisa em Epidemiologia de Desastres, analistas que participam do relatório acreditam que a quantidade de danos seja maior, devido à subnotificação e à indisponibilidade de informações sobre impactos em alguns países.

Para reforçar as previsões e os alertas que podem salvar vidas, a Organização Mundial do Clima ressalta a necessidade de investimentos em serviços meteorológicos e hidrológicos. Hoje, na América Latina e no Caribe, 47% dos membros da OMM prestam somente serviços meteorológicos “básicos ou essenciais” e apenas 6% investem em serviços “completos ou avançados”, que são fundamentais para a tomada de decisões em setores climáticos sensíveis.

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