Startup australiana fecha acordo de distribuição com gigante europeia da nutrição animal para expandir suplementos à base de algas na União Europeia e além
A startup australiana Sea Forest, pioneira no uso da alga vermelha Asparagopsis como suplemento para reduzir emissões de metano em bovinos, firmou um acordo de longo prazo com a holandesa Orffa, uma das maiores distribuidoras de nutrição animal da Europa. Pelo contrato, a linha de produtos SEAFEED terá exclusividade de distribuição na União Europeia e poderá ser comercializada em outros mercados em regime não exclusivo.
Segundo o CEO da Sea Forest, Sam Elsom, entrevista para o portal Agfunder News, a empresa desenvolveu diferentes formulações: algumas classificadas como matérias-primas para ração e já disponíveis comercialmente, e outras, como aditivos, em processo de aprovação regulatória na UE. “Nosso objetivo é, no longo prazo, fabricar também na região, mas hoje temos capacidade suficiente na Austrália para atender a demanda inicial”, afirmou.
Uma parceria estratégica
De acordo com Elsom, a Orffa não é cliente, mas parceira estratégica. A companhia europeia tem acesso direto a grandes produtores de carne e leite, enquanto a Sea Forest já colabora com marcas globais interessadas em reduzir emissões na cadeia de fornecimento, como a Mars. “O acordo combina forças para apoiar produtores, marcas e varejistas na busca por soluções climáticas concretas”, disse o executivo.
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A Sea Forest foi a primeira empresa no mundo a cultivar Asparagopsis em escala comercial e a formular rações economicamente viáveis para diferentes sistemas produtivos, do gado confinado ao pastejo. Desde 2019, a startup vem refinando seus produtos com apoio de pesquisas independentes, demonstrando segurança, ausência de impacto na qualidade da carne e do leite, e benefícios de desempenho para produtores.
O desafio das emissões
As emissões de metano entérico — produzidas durante a digestão de ruminantes como vacas e ovelhas — representam um dos principais desafios climáticos do setor pecuário. Na União Europeia, iniciativas públicas e privadas já recompensam produtores que reduzem emissões. Exemplos incluem prêmios no preço do leite oferecidos pela FrieslandCampina e o imposto sobre gado na Dinamarca, que pode ser mitigado com suplementos como o SEAFEED.
Mais de 150 países assinaram o Compromisso Global pelo Metano, que prevê reduzir as emissões em 30% até 2030. Nesse contexto, soluções de baixo custo e eficácia comprovada ganham espaço. A Sea Forest aposta que seus suplementos poderão atender tanto mercados premium de carne e leite quanto sistemas de produção em larga escala, com potencial de tornar a pecuária mais sustentável.




