PoLoPo utiliza cultivo molecular para criar alternativas sustentáveis à produção tradicional de proteínas, mas enfrenta desafios regulatórios
Uma startup israelense chamada PoLoPo está liderando uma revolução na agricultura e na indústria alimentícia ao desenvolver batatas geneticamente modificadas capazes de produzir ovalbumina, a principal proteína encontrada na clara do ovo. Essa abordagem, que utiliza o chamado “cultivo molecular”, tem o potencial de reduzir significativamente os custos de produção de proteínas, ao mesmo tempo em que diminui o impacto ambiental.
Além da ovalbumina, a PoLoPo está investindo na produção de patatina, uma proteína nativa das batatas, explorando suas aplicações em diversos produtos alimentícios. Segundo os fundadores, o cultivo molecular oferece vantagens econômicas importantes, uma vez que a produção em larga escala exige apenas o cultivo de mais batatas, sem a necessidade de grandes investimentos em infraestrutura.
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“Estamos criando uma alternativa escalável e sustentável, que pode ser transformadora para a indústria alimentícia”, afirma Maya Sapir-Mir, cofundadora da PoLoPo.
Entretanto, o caminho para o mercado não é simples. O processo depende de aprovação regulatória para o plantio das culturas geneticamente modificadas e para o uso do produto final como ingrediente alimentar. Nos Estados Unidos, por exemplo, autoridades já destacaram a necessidade de rigorosos controles para evitar riscos alérgicos associados à introdução de proteínas animais em plantas.
Apesar desses desafios, a PoLoPo acredita no potencial disruptivo do cultivo molecular. Enquanto a maioria das empresas do setor aposta na fermentação de precisão para produzir proteínas, utilizando microrganismos, a startup defende que sua tecnologia pode ser mais eficiente e acessível no longo prazo.
A inovação da PoLoPo está sendo acompanhada de perto por investidores e especialistas, que veem no cultivo molecular uma solução promissora para as crescentes demandas globais por alimentos e proteínas de alta qualidade.