terça-feira, 03/12/2024
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Bromélia amazônica tem potencial para substituir o plástico do petróleo

Estudos realizados pelo Centro de Bionegócios da Amazônia (CBA) prevê a cultura do curauá por produtores da agricultura familiar

 

 

Uma espécie de bromélia nativa da Amazônia, semelhante ao abacaxi, tem revelado alto potencial para substituir o plástico de origem petroquímica. Foco de estudos do Centro de Bionegócios da Amazônia (CBA), o uso do curauá (Ananas erectifoliu) vai envolver produtores da agricultura familiar em um projeto-piloto, com a perspectiva de economia sustentável.

A proposta do CBA envolve a cooperação de várias instituições para fornecimento de mudas e capacitação dos produtores no plantio e na produção da fibra. O projeto também conecta a cultura do curauá com uma empresa responsável por produzir o bioplástico.

“Nossa ideia é o desenvolvimento das cadeias produtivas e levar desenvolvimento, renda e um apelo social e ambiental para o interior do nosso Estado”, explica Simone da Silva, pesquisadora e gerente da Unidade de Tecnologia Vegetal do CBA. Por conta da grande elasticidade e resistência da fibra do curauá, destaca a pesquisadora, já há patentes com coletes balísticos e vigas antiterremotos para edifícios.

 

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Presente em regiões de não floresta, o curauá prefere solos não encharcados, ácido e pouco fértil. O preparo da área para cultivo não exige derrubada de árvores e o plantio pode ser feito em qualquer época do ano. A proposta, afirma a pesquisadora, é implantar a cultura em sistemas agroflorestais.

O beneficiamento da bromélia amazônica também é simples e pode ser feito pelo próprio produtor. O equipamento utilizado é o mesmo que beneficia o sisal.

O curauá vem despertando o interesse da indústria como alternativa ao polietileno de origem petroquímica, à fibra de vidro e às fibras naturais como a malva e a juta, importadas de Bangladesch, na Ásia. De acordo com Simone da Silva, os setores interessados na fibra da bromélia amazônica estão dispostos a pagar o mesmo valor praticado para as fibras de malva e juta, que variam entre R$ 9 e R$ 10 o quilo.

No laboratório do CBA, as mudas utilizadas foram as de curauá-branco, que têm folhas verde-claras. Após o plantio, a colheita no primeiro ano é feita até o 12º mês. A partir do segundo ano, é possível ter de três a quatro colheitas.

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