Estudo da Orbita alerta que perdas financeiras poderão ser superiores a 60% até 2050, mas que país tem condições crescer até 32% se adotar medidas eficazes
A soja brasileira poderá ter perdas financeiras acima de 60% até 2050 se não se adaptar às mudanças climáticas, mas, por outro lado, poderá crescer até 32% no mesmo período, caso avance na produção livre de desmatamento, de baixa emissão e alto rendimento. O alerta faz parte do relatório divulgado nesta terça-feira (16/4) pela Orbitas, iniciativa da Climate Advisers, organização especializada em cooperação climática.
O relatório aponta que o setor enfrentará uma série de desafios, incluindo previsões de uma queda de 15% nos preços da soja, redução de 11% nas áreas agrícolas disponíveis e diminuição de 3% na demanda global. Porém, se forem tomadas medidas eficazes de adaptação às mudanças climáticas, o setor poderá experimentar melhorias significativas, como um aumento de 88% nos investimentos e um aumento de 14% no rendimento por hectare de soja.
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“O Brasil pode se beneficiar da transição climática, mas é necessário criar condições para mitigar os efeitos das mudanças climáticas. Muitos agricultores ainda subestimam os riscos”, destaca o relatório.
O relatório também destaca que produtores com menor acesso à tecnologia e distantes de centros industriais e portos podem enfrentar perdas significativas, enquanto fazendas com alto desempenho têm o potencial de atingir lucratividade até 2050, dependendo das medidas adotadas.
Outro ponto de atenção mencionado no estudo é a precificação das emissões de gases de efeito estufa, que pode aumentar os custos de produção para os agricultores. O setor de soja é particularmente intensivo em emissões devido ao desmatamento e ao uso de combustíveis fósseis.