Produtos à base de plantas e tecnologias de fermentação lideram aportes; Beyond Meat, Liberation Bioindustries e Formo estão entre os principais destaques
O setor de proteínas alternativas movimentou US$ 443,45 milhões em 54 transações no primeiro semestre de 2025, segundo relatório do Alternative Proteins Global Substack. A maior parte dos recursos se concentrou em tecnologias à base de plantas (US$ 213,81 milhões) e fermentação (US$ 198,7 milhões), indicando preferência do mercado por soluções já consolidadas. A carne cultivada, embora promissora, ainda representa uma fatia menor dos investimentos, com US$ 30,9 milhões distribuídos em sete negócios.
O primeiro trimestre concentrou o maior volume do semestre, com US$ 258,49 milhões em 31 rodadas. Já o segundo trimestre teve retração, com US$ 184,96 milhões investidos em 23 transações. Ainda assim, o desempenho semestral mostra resiliência do setor diante de um ambiente global de maior seletividade de capital.
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Entre os destaques do semestre está a Beyond Meat, que captou US$ 100 milhões em financiamento de dívida. A Liberation Bioindustries (ex-Liberation Labs) levantou US$ 50,5 milhões para expandir sua produção via fermentação de precisão. Já a Formo, startup alemã de laticínios fermentados, atraiu US$ 35,86 milhões.
Outros investimentos relevantes incluem:
- Vivici (Holanda) – US$ 34,12 milhões em Série A
- Heura (Espanha) – US$ 22,22 milhões em dívida
- Aleph Farms (Israel) – US$ 22 milhões via SAFE
- Projeto Eaden (Alemanha) – US$ 15,66 milhões em Série A
- CarboCode (Portugal) – US$ 15,37 milhões em Série C
- Rival Foods (Holanda) – US$ 11,51 milhões em Série B
- Foodiq (Finlândia) – US$ 11,25 milhões (valor não divulgado)
Carne segue no topo, mas insumos crescem
Por categoria de produto, os substitutos de carne continuam liderando, com US$ 211,57 milhões, seguidos por laticínios (US$ 65,9 milhões) e insumos (US$ 79,82 milhões). Itens como frutos do mar, ovos e pet food somaram juntos US$ 22,84 milhões.
Tendências indicam foco em escalabilidade e ingredientes
O perfil dos investimentos do semestre reflete uma busca crescente por tecnologias escaláveis e ingredientes de alto desempenho, com foco na viabilidade comercial de médio prazo. Enquanto as carnes e laticínios de origem vegetal já se firmaram como líderes, a fermentação se destaca como plataforma versátil para inovação. Já a carne cultivada, embora ainda em fase inicial de mercado, segue atraindo capital estratégico de longo prazo. A tendência aponta para um portfólio cada vez mais diversificado de soluções para atender à demanda por proteínas sustentáveis.




