quinta-feira, 13/11/2025
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Fome recua no mundo, mas desigualdades crescem e ameaçam avanço

Relatório da ONU alerta para insegurança alimentar ainda atinge 2,3 bilhões de pessoas, com agravamento em países de baixa renda e queda nos investimentos globais

 

Apesar de uma leve redução no número de pessoas afetadas pela fome, o novo relatório da ONU sobre o Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo (SOFI) revela um quadro de desigualdade crescente. Em 2023, entre 728 e 638 milhões de pessoas passaram fome — cerca de 8,2% da população global. É uma melhora tímida em relação aos anos anteriores, mas que não se reflete de forma homogênea.

Na África e na Ásia Ocidental, o número de pessoas em situação de desnutrição continua a subir. No total, mais de 2,3 bilhões de pessoas — ou 28% da população mundial — enfrentaram algum grau de insegurança alimentar no ano passado. E mais de 2,6 bilhões ainda não têm acesso a uma dieta saudável, com piora nos países de baixa renda.

A inflação de alimentos segue como um dos principais entraves à segurança alimentar, especialmente nas regiões mais pobres. Em alguns países, os preços chegaram a subir 30% em 2023, dificultando a recuperação econômica após a pandemia. Ao mesmo tempo, o financiamento global para ações de combate à fome vem caindo, o que pode comprometer o alcance das metas de desenvolvimento sustentável.

 

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O relatório SOFI é publicado anualmente por cinco agências das Nações Unidas — FAO, FIDA, OMS, UNICEF e PMA — e serve como principal termômetro global sobre alimentação e nutrição. Além de trazer dados atualizados sobre a fome, o documento analisa tendências nos sistemas alimentares e propõe caminhos para tornar o acesso à comida mais justo e sustentável.

Em relação à desnutrição infantil, os dados mostram avanços tímidos: leve redução nos casos de nanismo e aumento no aleitamento materno exclusivo. No entanto, os índices de sobrepeso e outras formas de má nutrição seguem praticamente estagnados.

A conclusão do relatório é clara: o mundo não vive uma crise de escassez, mas sim de desigualdade. Para reverter esse cenário, será preciso investir em sistemas alimentares mais resilientes, com cadeias de produção sustentáveis e baseadas em alimentos vegetais, especialmente nos países do Sul Global.

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