quinta-feira, 21/11/2024
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WWF lança ferramenta para varejistas aumentarem vendas de alimentos plant-based

Sem mudanças na produção agrícola mundial, será impossível cumprir as metas de limitar o aquecimento global

 

 

 

A WWF (World Wildlife Fund) desenvolveu uma metodologia voltada para supermercados que busca alinhar as vendas de alimentos com metas climáticas, incentivando o aumento da oferta de produtos plant-based em detrimento das proteínas animais. Segundo a WWF, os varejistas têm papel fundamental na redução das emissões do setor alimentício e na transição para uma indústria de baixo impacto ambiental.

Carnes e laticínios são responsáveis por 57% das emissões agroalimentares e até 20% das emissões globais. Além disso, os produtos utilizam 80% das terras agrícolas e 30% da água doce disponível no mundo. No entanto, a pecuária contribui com apenas 17% das calorias e 38% das proteínas consumidas globalmente. Sem mudanças na produção agrícola, será impossível cumprir as metas de limitar o aquecimento global a 1,5°C ou mesmo 2°C.

Em contraste, dietas veganas podem reduzir as emissões e o uso de água e terra em até 75%. Substituir metade do consumo de carne por alternativas vegetais poderia diminuir em um terço as emissões agrícolas e ainda ajudar a frear o desmatamento e reduzir a fome global em 3,6%.

 

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A nova ferramenta da WWF orienta os varejistas na promoção de alimentos de origem vegetal. A metodologia enfatiza que a transição para proteínas vegetais não se limita ao conteúdo proteico, mas envolve uma mudança abrangente na dieta. Além de melhorar a saúde dos consumidores, a WWF destaca que essa transição é essencial para combater as mudanças climáticas e restaurar a natureza.

A metodologia divide os alimentos em sete grupos:  Carnes, proteínas vegetais e análogos de carne; Laticínios e alternativas; Gorduras e óleos; Frutas e vegetais; Grãos e cereais; Tubérculos e alimentos ricos em amido; Snacks com alto teor de gordura, sal e açúcar

A WWF sugere que os supermercados estabeleçam uma meta clara de vendas, com 60% das proteínas comercializadas sendo de origem vegetal e 74% do total de vendas composto por alimentos plant-based. Alguns varejistas europeus, como Lidl e Ahold Delhaize, já estão liderando essa transição em determinados mercados e se esforçam para definir metas internacionais.

“Os varejistas precisam adaptar suas estratégias de vendas para cumprir seus compromissos de sustentabilidade e contribuir para metas globais”, afirmou Mariella Meyer, gerente sênior de mercados sustentáveis da WWF Suíça. “Sabemos que a agricultura intensiva é a principal causa do declínio da biodiversidade, e incentivar escolhas alimentares saudáveis e sustentáveis é essencial.”

A WWF também aponta que é necessário reformular produtos análogos de carne que contenham altos níveis de sal, gordura ou açúcar. Alternativas lácteas precisam ser enriquecidas com micronutrientes essenciais para garantir uma alimentação completa. A organização incentiva o consumo de proteínas vegetais como tofu, tempeh e seitan para substituir o consumo de carne.

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