sexta-feira, 06/12/2024
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B4A prepara bioindicadores de maturidade do solo e carbono para cultivos de soja no Cerrado

Iniciativa faz parte da segunda fase do projeto Agro Bioma Brasil, de mapeamento genético de áreas agrícolas do país; startup consegue prescrever melhorias no manejo e tratamentos regenerativos

 

Quando o solo é bem cuidado, os resultados em produtividade aparecem. É o que tem demonstrado o trabalho da startup B4A, que realiza análises metagenômicas do solo para conhecer o DNA das comunidades microbianas e identificar quais espécies as compõem. A partir desta avaliação, a startup consegue prescrever melhorias no manejo e tratamentos regenerativos.

Com tecnologia desenvolvida in house, a B4A está avançando agora na elaboração de bioindicadores, de maturidade do solo e de sequestro de carbono. A iniciativa faz parte da segunda fase do projeto Agro Bioma Brasil, de mapeamento genético de áreas agrícolas do país.

Lançado em 2021, o Agro Bioma Brasil, avaliou cerca de 27 mil hectares de cultivos, 50,3% deles em áreas do Cerrado. Neste novo ciclo, o bioma passa a ser o foco do biomonitoramento, assim como a cultura da soja, principal grão plantado no país.

Fases do projeto

O objetivo do projeto, que será realizado em três fases, é acompanhar a evolução de áreas de soja no Cerrado ao longo de três ciclos produtivos – a fim de identificar padrões que resultam, seja em aumento de produtividade, seja em melhoria da saúde do solo.

A fase 1 será de biomonitoramento e apresentação de estratégias para a melhoria do solo. Enquanto a fase 2 prevê o monitoramento por meio de um bioindicador de maturidade do solo, que permitirá avaliar a resiliência do mesmo e, consequentemente, mensurar os esforços do produtor para a conservação da área. A última etapa, a fase 3, consistirá no monitoramento de um bioindicador de carbono.

 

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O bioindicador de maturidade, relacionado à fase 2 do projeto, está sendo desenvolvido em parceria com o Land Innovation Fund (LIF), fundo criado em 2021, que fomenta soluções inovadoras para uma cadeia de suprimentos da soja sustentável livre de desmatamento e conversão de vegetação nativa em três biomas prioritários na América do Sul: Gran Chaco, Amazônia e o Cerrado.

Em 2024, a B4A foi uma das startups selecionadas pelo fundo para fazer parte do Programa Soja Sustentável do Cerrado (PSSC), resultado da parceria entre o LIF e o PwC Agtech Innovation, com apoio estratégico da Cargill, CPQD, Embrapa e Embrapii.

A iniciativa do PSSC conta hoje com 21 produtores participantes, que poderão ter acesso à análise das suas amostras de solo e aos bioindicadores da B4A antes do lançamento oficial a mercado, previsto para 2025.

Os novos bioindicadores

Em relação aos bioindicadores, Leonardo Gomes, sócio-fundador da B4A, explica que o foco este ano será na construção e validação de um banco de dados. Nessa etapa do processo, o projeto da startup no Programa Soja Sustentável no Cerrado será utilizado como o principal veículo de desenvolvimento de modelos estatísticos para definição dos indicadores em áreas produtivas reais.

“Nossos entregáveis para 2024 têm como base a solução FB Produtividade, já disponível no mercado pela B4A. Essa solução compara duas áreas de uma mesma fazenda, uma de maior e outra de menor produtividade. Então, por meio do nosso diagnóstico e sistema de inteligência, identificamos as deficiências das áreas de menor produtividade e realizamos indicações de produtos biológicos e manejos regenerativos a fim de alcançar o seu potencial”, explica.

Os índices obtidos serão importantes para que os produtores possam pleitear incentivos financeiros. “A comprovação da saúde do solo é importante, inclusive, para pleitear títulos de crédito como a Cédula de Produto Rural, CPR Verde, concedida para quem adota práticas sustentáveis”, diz.

A Sintrópica Capital Natural, empresa especializada em pagamentos por serviços ambientais, é a terceira parte que irá garantir a verificação da aplicabilidade dos indicadores na emissão de CPRs-Verde. O contexto será de áreas tratadas com bioinsumos, tendo como premissa que o impacto positivo de bioinsumos na saúde do solo deve se refletir em indicadores de saúde microbiológicos.

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