Alimentos representam 57% da dieta média de uma pessoa no Reino Unido e até 80% da alimentação de crianças e pessoas de baixa renda
Com a crescente presença de alimentos ultraprocessados (UPFs) na vida dos britânicos, a população do Reino Unido começa a pedir ação governamental para enfrentar a crise de obesidade no país. Uma pesquisa recente, realizada com 2.136 pessoas pelo instituto Ipsos para a Health Foundation do Reino Unido, revelou que 53% dos britânicos apoiam a ideia de taxar empresas que produzem UPFs, desde que parte da receita seja destinada ao financiamento de frutas e vegetais frescos para famílias de baixa renda.
A pesquisa também mostrou que 58% dos entrevistados são favoráveis a um imposto sobre alimentos ricos em açúcar e sal, contanto que parte do dinheiro arrecadado seja usado para fornecer produtos frescos a famílias de baixa renda.
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No Reino Unido, os UPFs representam 57% da dieta média de uma pessoa e até 80% da alimentação de crianças e pessoas de baixa renda. Além disso, cerca de dois terços das calorias consumidas por adolescentes britânicos vêm de UPFs. Essa alta ingestão de alimentos ultraprocessados está associada a vários problemas de saúde: um em cada três crianças no Reino Unido está acima do peso ou sofre de obesidade ao terminar a escola primária, e mais de um terço corre risco de desenvolver doenças relacionadas à alimentação no futuro. Além disso, 95% das crianças excedem a quantidade diária recomendada de açúcar, 66% ultrapassam o limite de sal, e apenas 9% consomem frutas e vegetais em quantidade suficiente.
O novo governo trabalhista do Reino Unido prometeu combater a obesidade com medidas como a proibição de anúncios de junk food na televisão antes das 21h – algo que 61% dos entrevistados apoiam – e a venda de bebidas energéticas para menores de 16 anos. No entanto, ainda não está claro se o governo irá impor um imposto sobre os ultraprocessados, semelhante ao imposto sobre refrigerantes introduzido pelos conservadores em 2018.