Levantamento da plataforma de inovação Distrito aponta 45 startups focadas no mercado
O Brasil possui 45 startups dedicadas ao desenvolvimento da inteligência artificial (IA) aplicada ao agronegócio, que, juntas, já captaram US$ 199 milhões em investimentos desde 2018. O volume representa 90% do total de US$ 221 milhões investidos em agrotechs de IA na América Latina, de acordo com o relatório IA no Agro, produzido pela plataforma de inovação Distrito.
Apesar do crescimento expressivo, o montante ainda é considerado pequeno diante do peso do agronegócio brasileiro. O relatório revela que 2022 foi o ano mais promissor para as agtechs de IA no Brasil, com um volume de investimentos de US$ 117,2 milhões. Esse crescimento ocorreu em meio a uma crise no setor de venture capital. No entanto, o ano seguinte mostrou uma queda brusca, com apenas US$ 5,8 milhões captados em 2023, refletindo o encolhimento dos investimentos de risco.
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O relatório do Distrito lista os cinco principais impactos da IA no setor agrícola: no cultivo (monitoramento detalhado do clima e estudo das plantas), em equipamentos (como robôs pulverizadores e controle de pragas), no monitoramento de solo e água, na produção agrícola (com predições de doenças e estimativas de insumos), além da cadeia de suprimentos (gestão de armazenamento e controle de qualidade).
Uma pesquisa da McKinsey, citada no relatório, aponta que a América do Sul lidera a adoção de hardware para agricultura de precisão, com uma taxa de 28%, superando a América do Norte (27%), Europa (21%) e Ásia (4%).
Empresas como John Deere e Syngenta aparecem como grandes players do mercado, mas o documento também destaca startups promissoras, como Digifarmz, Solinftec, Agromakers, iRancho e Altana.
Embora o avanço da IA no agronegócio seja promissor, o relatório aponta desafios significativos, especialmente no que se refere à infraestrutura. Segundo uma pesquisa do IBGE, de 2022, mais de 70% das propriedades rurais no Brasil ainda não têm acesso à internet ou não utilizam ferramentas digitais.