Proteína da LanzaTech pode ser utilizada em alimentos como queijos não lácteos, carnes vegetais, pães e smoothies
A empresa de reciclagem de carbono LanzaTech, está ampliando suas operações para o mercado de alimentos com uma nova proteína e firmou uma parceria com o exército dos EUA.
A companhia, sediada em Chicago, que tradicionalmente produzia etanol a partir de fermentação de carbono, desenvolveu uma plataforma de bio-refinamento capaz de produzir proteína microbiana a partir da fermentação de gases. A nova proteína, chamada de LanzaTech Nutritional Protein (LNP), pode ser utilizada em alimentos como queijos não lácteos, carnes vegetais, pães e smoothies, além de ser aplicada em ração para animais de estimação e alimentação de animais e peixes.
Para avançar nesse campo, a empresa se uniu ao Laboratório de Pesquisa da Marinha dos EUA em um projeto financiado pelo Departamento de Defesa. O objetivo é explorar a produção de proteínas a bordo de navios militares, atendendo às necessidades nutricionais de soldados e marinheiros.
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A tecnologia da LanzaTech, inicialmente usada para transformar emissões de carbono em etanol, agora é adaptada para produzir LNP como produto principal. A empresa já produziu 25.000 toneladas de proteína unicelular para alimentação animal e planeja expandir para o mercado de alimentos humanos. Segundo Zara Summers, diretora de ciência da LanzaTech, a empresa vê o carbono reciclado como uma solução para impactar diversos setores, incluindo a alimentação.
A LanzaTech está utilizando a bactéria Cupriavidus necator para produzir sua proteína, empregando fontes de alimentação semelhantes às usadas na produção de etanol. O processo de fermentação contínua permite a produção de biomassa rica em proteínas, que pode ser desativada, desidratada e transformada em pó, ideal para diversas formulações alimentícias. A empresa está em fase de projeto para abrir suas primeiras instalações pré-comerciais em 2026, com capacidade para produzir até uma tonelada de proteína por dia.
Essa nova proteína da LanzaTech oferece várias vantagens, como menor uso de terra e água em comparação com fontes convencionais de proteína, além de não impactar negativamente a biodiversidade. Com 80% de proteína por peso seco, a LNP contém todos os aminoácidos essenciais, sendo comparável a proteínas de soro de leite e ervilha em termos de propriedades funcionais. A proteína é inodora e neutra em cor, o que facilita sua inclusão em diferentes alimentos.
A empresa está em fase final de testes com o FDA para obter o status de “Reconhecido como Seguro” (GRAS) nos EUA, e está em negociações com parceiros financeiros para desenvolver suas primeiras fábricas comerciais. Além disso, a LanzaTech também está conduzindo testes em ração para salmão, camarão, porcos e aves, bem como em ração para animais de estimação.
A parceria com o exército dos EUA visa explorar a produção de proteínas a partir de CO2 capturado da água do mar, visando aumentar a resiliência das operações militares.