sexta-feira, 18/10/2024
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Mudanças Climáticas podem alterar a cronometragem mundial

Derretimento polar tem alterado o formato da Terra

A aceleração das mudanças climáticas apresenta uma ameaça adicional: a precisão da cronometragem global do tempo. Esse perigo, se não controlado, pode impactar desde o funcionamento de computadores até o mercado financeiro.

O atual sistema de medição de tempo utilizado globalmente é o Tempo Universal Coordenado (UTC). Esse sistema, essencial para a comunicação, navegação, pesquisa científica e comércio, é baseado em relógios atômicos extremamente precisos, que não estão sincronizados com o tempo astronômico da Terra.

A rotação da Terra, por exemplo, não corresponde exatamente ao dia definido pelos relógios atômicos devido a uma série de fatores, o que demanda a adição periódica de segundos bissextos ao UTC para manter sua sincronização com o tempo astronômico.

Recentemente, cientistas observaram perturbações incomuns na rotação do planeta, atribuídas ao derretimento das calotas de gelo polares. Além de aumentar o nível dos oceanos, o derretimento vem mudando o formato da Terra e sua velocidade angular.Duncan Carr Agnew, geofísico da Universidade da Califórnia em San Diego, destaca que a desaceleração da rotação terrestre pode exigir a inserção de um segundo bissexto negativo no UTC por volta de 2029.

“Até alguns anos, a expectativa era de que os segundos bissextos seriam sempre positivos e aconteceriam cada vez com mais frequência. Mas, se você observar as mudanças na rotação da Terra, razão dos segundos bissextos, e analisar o que causa essas alterações, parece que uma mudança negativa é bastante provável. Um segundo não parece muito, mas, no mundo interconectado de hoje, errar a hora pode levar a enormes problemas.”, disse em comunicado publicado na Nature.

A ausência desse ajuste poderia levar a descompasso na cronometragem global, potencialmente gerando disrupções nos sistemas de computadores e telecomunicações. Dra. Patrizia Tavella, do Bureau Internacional de Pesos e Medidas, alerta que a coordenação para inserir o segundo bissexto negativo seria uma tarefa formidável, mas crucial para evitar riscos desnecessários.

“Um segundo bissexto negativo nunca foi adicionado ou testado, portanto, os problemas que ele poderia criar não têm precedentes. Metrologistas de todo o mundo estão acompanhando atentamente o desenrolar da discussão, com o objetivo de evitar quaisquer riscos desnecessários.”

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