Com a autorização, startup especializada em produzir carne cultivada poderá vender para os 27 países da União Europeia
A francesa Gourmey é a primeira empresa a solicitar aprovação regulatória para comercializar carne cultivada na União Europeia (EU). A startup especializada na produção de foie gras cultivado também enviou pedidos a Reino Unido, Suíça, Singapura e Estados Unidos.
A Gourmey está no mercado há cerca de quatro anos. Em 2022, a startup fechou a maior rodada da Série A do mundo para uma empresa de carne cultivada: US$ 47,7 milhões. “Estamos entusiasmados em ver nossa visão de um sistema alimentar mais sustentável ganhar vida à medida que passamos de P&D para produção e comercialização”, declarou na época Nicolas Morin-Forest, cofundador e CEO da Gourmey.
Leia Mais:
- Veganos brasileiros consomem quantidade adequada de proteínas e aminoácidos, mostra pesquisa da USP
- ‘Nutrition from Water’ desenvolve soro de leite à base de microalgas e se prepara para introdução no mercado
- Foodtech para produção de pães caseiros nutritivos capta R$ 600 mil em primeira rodada de investimentos
Caso obtenha aprovação da Comissão Europeia, o foie gras da Gourmey poderá ser vendido nos 27 países da EU. Antes, porém, a solicitação da empresa vai passar por um rigoroso processo de avaliação, incluindo o valor nutricional do produto cultivado, regido pelo Regulamento de Novos Alimentos, considerado um dos mais completos em segurança alimentar do mundo. A aprovação também condiciona os possíveis impactos sociais, econômicos e ambientais do produto.
A carne cultivada é aprovada para venda nos Estados Unidos, em Singapura e Israel. Suíça, Reino Unido e Austrália estão próximos de conceder autorizações para comercialização.
No caso da UE, a aprovação regulatória ainda é uma incógnita, considerando que ministérios da Agricultura da França, Itália e Áustria, com apoio de outros países, enviaram uma nota ao Conselho da União Europeia solicitando revisões regulatórias para carne cultivada.
Na alegação principal, os representantes destes países sustentam que a carne cultivada poderia ameaçar a economia, a saúde pública e a agricultura.
Para o GFI Europe, organização que atua internacionalmente para construir um sistema alimentar global, a nota dos ministérios da Agricultura difere da literatura científica disponível.
Além disso, o GFI Europe apresentou uma pesquisa que atesta a aceitação do consumidor pela carne cultivada. De acordo com o levantamento, em 13 dos 15 países europeus pesquisados, mais da metade dos consumidores apoiariam a aprovação da carne cultivada se a Comissão Europeia atestasse a segurança e a qualidade nutritiva do produto.
.){kind=link}