Parceria entre Phytolon e Ginkgo Bioworks reforça avanços na fermentação como solução sustentável para o mercado, enquanto EUA intensificam repressão a alternativas artificiais
A Phytolon, empresa israelense especializada em corantes naturais, e a Ginkgo Bioworks, plataforma de programação celular, anunciaram um avanço significativo em sua colaboração. Juntas, as empresas triplicaram a eficiência de produção das cepas de levedura que fabricam corantes alimentares naturais, como o vermelho de beterraba e o amarelo de pera espinhosa.
O aumento na eficiência ocorre em um momento de crescente pressão regulatória sobre os corantes sintéticos nos Estados Unidos. O FDA (Food and Drug Administration) planeja remover os corantes artificiais do mercado até o final de 2026, alinhando-se às prioridades estabelecidas pelo Secretário de Saúde e Serviços Humanos, Robert F. Kennedy Jr.
Tecnologia sustentável para atender à demanda crescente
A tecnologia da Phytolon utiliza fermentação de levedura de panificação combinada com a expertise em modelagem de inteligência artificial da Ginkgo. Esse método independente da agricultura reduz significativamente a pegada de carbono e os custos de produção em comparação com corantes naturais obtidos por cultivo e pós-processamento extensivo.
“Nosso processo de fabricação garante consistência entre lotes, graças ao ambiente fechado e controlado em que a fermentação é realizada,” explica Halim Jubran, cofundador e CEO da Phytolon. “Além disso, nossa tecnologia é menos sensível a fatores como mudanças climáticas, condições do solo e doenças de plantas, que afetam processos baseados na agricultura.”
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A colaboração entre as empresas resultou também em maior participação da Ginkgo na Phytolon, reforçando os planos de explorar novos projetos para desenvolver corantes alimentares acessíveis e sustentáveis.
Mercado-alvo e escalabilidade
A Phytolon está focada nos “frutos mais fáceis de alcançar”, concentrando-se em categorias onde seus corantes oferecem maior competitividade em custo e desempenho. Isso inclui produtos como salgadinhos, temperos, confeitos, iogurtes, sorvetes e produtos congelados.
“Estamos oferecendo aos fabricantes de alimentos uma gama de corantes naturais de alta pureza e desempenho,” afirma Jubran. “Nosso objetivo é permitir que a indústria substitua corantes sintéticos sem comprometer a qualidade ou a eficiência.”
Além disso, o CEO destaca que os avanços na eficiência só têm impacto significativo se forem escaláveis. Para garantir isso, a empresa continua a investir na otimização de sua tecnologia e no aumento de sua capacidade de produção.
Investimentos e futuro promissor
A Phytolon atraiu US$ 14,5 milhões em financiamento em 2022 e obteve novos recursos no ano seguinte para acelerar a comercialização de sua tecnologia. Com o suporte da Ginkgo, a empresa desenvolveu uma paleta de corantes que abrange tons do amarelo ao roxo, oferecendo uma solução completa para o mercado de alimentos e bebidas.
Com os avanços tecnológicos e o apoio regulatório para soluções sustentáveis, a Phytolon e a Ginkgo estão posicionadas para liderar a transição do setor para alternativas naturais, atendendo à crescente demanda por corantes éticos e ecológicos.