Segundo novo relatório do AgFunder, financiamento ao setor agroalimentar cresceu 63% em países emergentes, enquanto recuou em mercados desenvolvidos
Em um cenário global marcado pela queda nos investimentos em tecnologia agroalimentar, os mercados em desenvolvimento se destacaram como exceções positivas. De acordo com um novo relatório divulgado pelo AgFunder, o financiamento para startups de agtech e foodtech nesses países aumentou 63% em 2023, totalizando US$ 2,2 bilhões. Em contraste, os mercados desenvolvidos registraram queda de 50% no mesmo período.
A tendência revela uma mudança estratégica no foco dos investidores, que passaram a enxergar maior potencial de crescimento, escalabilidade e impacto em regiões como América Latina, Sudeste Asiático, África e Oriente Médio. Entre os principais impulsionadores do crescimento estão soluções voltadas à resiliência climática, agricultura regenerativa, segurança alimentar e acesso a insumos e tecnologias para pequenos produtores.
Segundo o relatório, iniciativas de agricultura digital, inteligência artificial no campo e soluções de baixo custo para melhorar a produtividade foram destaque entre os investimentos mais atrativos. Também ganhou força o apoio a modelos de negócios inclusivos, que oferecem acesso facilitado a crédito, seguro rural e canais de comercialização.
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Apesar do cenário macroeconômico desafiador, os mercados emergentes demonstraram resiliência, inovação e capacidade de adaptação. O relatório destaca ainda que a retração em países desenvolvidos está mais relacionada à consolidação de negócios e ao excesso de capital investido em rodadas anteriores, enquanto os países em desenvolvimento ainda oferecem espaço para crescimento estruturado.
O movimento reforça o papel dos mercados emergentes como vetores de transformação na cadeia agroalimentar global, não apenas pela inovação tecnológica, mas também pelo potencial de impacto social e ambiental.