Políticas de desregulamentação e estímulo à produção convencional podem frear avanços em sustentabilidade e inovação tecnológica
A indústria alimentícia dos Estados Unidos pode passar por mudanças estruturais caso se confirmem os planos de uma nova administração de Donald Trump. De acordo com uma análise publicada pela Forbes, especialistas do setor agroalimentar alertam para um possível retrocesso em políticas que hoje impulsionam inovação, sustentabilidade e acesso equitativo a alimentos.
O artigo, assinado por Shayna Harris, destaca que uma futura gestão republicana tende a priorizar a desregulamentação ambiental, o apoio à agricultura tradicional em larga escala e a redução de investimentos em tecnologias emergentes, como proteínas alternativas, rastreabilidade digital, agricultura regenerativa e soluções de alimentação saudável.
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Essas mudanças poderiam afetar diretamente startups e empresas de foodtech que vêm revolucionando o setor com base em biotecnologia, inteligência artificial e novos modelos de produção mais éticos e sustentáveis. Ainda segundo a Forbes, há o risco de que programas de incentivo à inovação sejam desarticulados, afetando principalmente os pequenos e médios produtores e iniciativas voltadas a comunidades em situação de vulnerabilidade alimentar.
Embora o setor agroalimentar tenha avançado consideravelmente nos últimos anos, construindo um ecossistema mais conectado à ciência, à saúde e ao impacto social, a estabilidade desse progresso depende de políticas públicas que sustentem e orientem essa transformação. O possível redirecionamento estratégico deve intensificar o debate sobre o futuro da alimentação e o papel do Estado na condução desse processo.