Estudo aponta aumento de até 25% nas fissuras das camadas de gelo e alerta para impactos no nível global dos oceanos
Pesquisadores da Universidade de Durham, no Reino Unido, divulgaram um estudo alarmante sobre as camadas de gelo da Groenlândia. Utilizando mais de 8 mil mapas 3D, eles analisaram, entre 2016 e 2021, o aumento significativo de rachaduras na camada de gelo, um reflexo direto da intensificação das mudanças climáticas.
O estudo, publicado na revista Nature Geoscience, revelou que o número de fendas cresceu até 25% nas áreas de contato com o oceano. Essas fissuras em forma de cunha, formadas nas geleiras, aceleram o derretimento e o deslocamento do gelo, contribuindo para a perda de 5.091 km² da calota da Groenlândia entre 1985 e 2022.
Mudanças no equilíbrio das geleiras
Enquanto algumas áreas, como a Geleira Jacobshavn — responsável por 10% dos icebergs da Groenlândia —, apresentaram redução no número de fendas durante o período analisado devido a uma desaceleração temporária, a estabilidade é incerta. Nos últimos anos, o fluxo da geleira voltou a acelerar, indicando o fim do equilíbrio entre expansão e fechamento das fendas.
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“O aquecimento dos oceanos e o preenchimento das fendas por água do degelo forçam fraturas mais profundas no gelo, acelerando o desprendimento de icebergs e o aumento do nível do mar”, explicou Tom Chudley, autor principal do estudo.
Impactos globais do derretimento da Groenlândia
Desde 1992, a Groenlândia contribuiu com cerca de 14 mm para a elevação do nível do mar, e cientistas projetam que o derretimento total de suas camadas de gelo poderia elevar os oceanos em até 7 metros. A situação agrava as preocupações globais sobre o impacto climático em regiões árticas, que enfrentam taxas de aquecimento mais rápidas do que qualquer outro lugar na Terra.
O monitoramento continuará através do projeto ArcticDEM, que fornecerá modelos de elevação até 2032, permitindo que cientistas acompanhem as mudanças nas geleiras da Groenlândia e de todo o Ártico.