Fundada em 2014, foodtech foi a primeira da região Norte a receber investimento de uma multinacional do setor de alimentos e integra o Hub de Bioeconomia Amazônica
A cantora paraense Joelma colocou o tacacá, por meio do hit da banda Calypso, na boca de muitos brasileiros, que nunca nem mesmo sentiram a dormência do Jambu, hortaliça essencial à receita da sopa típica regional do Norte. Mas ela não é a única a aproximar a gastronomia paraense do resto do país. À frente da Manioca, Joanna Martins, transformou a dor de uma saudade – neste caso da comida paraense ao morar fora do Estado – num ótimo negócio, que hoje é referência no âmbito da sociobioeconomia amazônica.
Fundada em 2014, foi a primeira foodtech da região Norte a receber investimento de uma multinacional do setor de alimentos e integra o Hub de Bioeconomia Amazônica. A startup de alimentos regionais colocou produtos feitos à base de ingredientes típicos da região no mercado on-line, nas gôndolas de alguns supermercados do sudeste e nordeste do Brasil e está em ascensão.
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No final do ano passado, conseguiu firmar uma parceria com a japonesa Ajinomoto, uma das maiores empresas de alimentos do mundo, que por meio do programa de inovação Ajinolab, está investindo na indústria paraense para se aproximar de práticas mais sustentáveis.
Atualmente, a Manioca trabalha com 42 famílias de 11 municípios localizados nos arredores de Belém. A maioria fornece os alimentos que são a base dos produtos por meio da agricultura familiar.
Joana enfatiza que pratica o comércio justo e negocia o preço buscando fortalecer essas cadeias produtivas de agricultores familiares e cita o exemplo da cultura da mandioca, principal ingrediente para o preparo do tucupi, caldo que é a estrela da gastronomia amazônica e a base do famoso tacacá.
“Temos ajudado a fomentar esses produtores, no caso da mandioca temos incentivado duas comunidades a produzir a mandioca amarela orgânica, com a garantia de compra dos produtos. A gente acredita muito que ao fomentar a economia com consciência ambiental, esse produtor além dele ter o produto dele mais valorizado, vai estar incentivando a cultura dele dentro da comunidade para que os filhos deles, sobrinhos e jovens da comunidade também percebam o valor disso. Assim a gente também ajuda a manter a floresta do jeito que ela está, ou seja, a gente faz com que as pessoas tenham essa consciência ambiental de trabalhar com algo que é a vocação da região, sem agredir a natureza”, comenta Joanna.
O Hub de bioeeconomia Amazônica é secretariado pela Fundação Amazônia Sustentável (FAS) para atuar como ferramenta de conexão entre o “chão da floresta” e investidores, instituições públicas e privadas, redes atuantes no ecossistema amazônico, organizações internacionais e lideranças para promover iniciativas transformadoras em bioeconomia inclusiva.