Startup americana Blue Stripes recebeu um aporte de US$ 20 milhões em rodada Série B
A startup americana Blue Stripes, que aposta na reutilização do cacau para criar produtos sustentáveis, recebeu um aporte de US$ 20 milhões em rodada Série B. Entre os investidores estão a Hershey’s, Whole Foods Market, e o famoso chef e YouTuber Nick DiGiovanni, que também se torna embaixador da marca.
Com sede em Nova York, a proposta da startup é combater o desperdício na indústria de chocolate ao utilizar toda a fruta do cacau – uma abordagem que reduz impactos ambientais e aumenta a renda dos agricultores.
Durante a produção tradicional de cacau, 70% da fruta é desperdiçada, com foco apenas na extração das sementes. Além disso, a cultura do cacau é apontada como um dos principais causadores de desmatamento, sobretudo na Costa do Marfim, onde 85% das florestas desapareceram desde 1960. A plantação de cacau também tem um alto custo ambiental, contribuindo para a perda de biodiversidade e a emissão de carbono.
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A Blue Stripes busca transformar esse cenário ao maximizar o uso da fruta e processá-la diretamente no Equador, onde é colhida. Além disso, com a mudança climática ameaçando a produção – a estimativa é que um terço das árvores de cacau possa desaparecer até 2050 – utilizar toda a fruta se torna uma solução estratégica. Mesmo com uma menor colheita, o uso completo do cacau maximiza a produção e incentiva os agricultores a investir no cultivo.
Entre as inovações da Blue Stripes estão a água de cacau, barras de granola, frutas secas de cacau e feijões cobertos com chocolate. Com o novo financiamento, a startup planeja aumentar a distribuição, desenvolver novos produtos e escalar o uso da fruta do cacau para democratizar seu acesso.
A startup também se prepara para criar uma nova categoria de chocolates com apelo superalimentar. O cacau contém flavonoides, antioxidantes e minerais que ajudam a regular a pressão arterial, prevenir coágulos e melhorar a circulação sanguínea para o cérebro e o coração.
A Blue Stripes integra uma tendência crescente de startups que buscam reduzir a pegada de carbono da indústria de chocolate. Empresas como Celleste Bio e California Cultured estão desenvolvendo cacau em laboratório, enquanto marcas como Planet A Foods criam chocolates sem cacau.